domingo, 16 de janeiro de 2011


                                




                           









                                                Ilhéus
                                                       Rita Santana


Retorno.
Ponho os pés na fineza de sua areia
E me lambuzo de saudades.
Volto a cavar buracos
E encontrar tesouros.
Ainda vejo vida nos meus, sorrio aliviada.

Bens não me vestem!
Talvez feneça diante dos olhos
De quem prometi grandezas.
Eu era uma menina de dezenove
E cresci com seus sonhos de dezenove.

Meus 34 avançam no mar da minha terra
E nadam sem fôlego, sem sossego, sem velas.
O fígado de meu Pai.
Os rins de meu Pai.
A vida de meu Pai.
O coração de meu Pai.
E Nós.
As Meninas.





 Foto: Rita Santana


5 comentários:

  1. Rita, Rita,

    como é dilacerante a lembrança da Raíz.
    O fígado pisado do pai, os rins desacelerados, o coração dilatado em dor, a vida, esse barco à deriva. Os seus versos me doem aí nessas alturas
    e me comovo na história de seu pai, na sua história.
    Muito grata, viu...A gente vai sim, numa valsa, tenho
    certeza, Rita querida

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  2. vejo você nestes versos. afinal a menina que conheci aos dezenove não fenecerá jamais.
    amiga, tu és um talento.
    abraço
    Suzi Rodrigues

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  3. lembro da rita de dezenove anos porque ela é hoje e sempre, jamais fenecerá.
    Amiga tu és um talento!!
    abraço
    Suzi Rodrigues

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  4. Rita,
    A tua essência e a tua cor lembram a Ilhéus que encanta com uma beleza natural e doce.
    Anelisa.

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