CLARISSA MACEDO
Sempre será essa voz fria
e esse traço de humor desesperado
será a rua pífia, sibilina
e o canto trepando roto, alucinado
será o mar talvez um dia
e este lamento coalho, insuportável.
Será plena a vida, quando eleita dança
no motim dos loucos desamparados.
Peso inadiável
De repente
sinto o peso dos meus anos.
De balbúrdia e folia
isolados na cama da idade,
que teima em matar,
é paixão de brados rápidos
liberdade e agonia querendo nascer.
Anos de vidas concentradas
desfilando nus na terra alagada,
sementes do infantil e do atrasado –
que quer matar e não, não quer morrer.
Longos traços para a morte
meus anos de força e esquizofrenia
são armas e forjas apontadas
na calma lamentável de prosseguir.
Falácia
A verdade é que me sufoca
essa beleza estranha
e esse amor, que me tinge
e me permanece.
No sul das entranhas
condeno este amor estróina:
singra longe, esquece.
A canção que medito
há de nunca chegar.
Clarissa
Macedo é revisora, escritora e produtora. Cursa Mestrado em Literatura e
Diversidade Cultural (UEFS). Faz parte das coletâneas Godofredo Filho (2010),
Sangue Novo (2011) e Verso e Prosa – Oficina de Criação Literária III Feira do
Livro (2011).
Faz parte da
edição de número 149, de dezembro de 2011, da revista eletrônica Verbo21.
Publicou poemas no site Musa Rara em fevereiro deste ano e no blog
“consideraçãodopoema.blogspot.com”.
Participou, em
2011, da IV Feira do Livro de Feira de Santana e da 10ª Bienal do Livro da
Bahia na abertura da Praça de Cordel e Poesia.
Blog de Clarissa:
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Fotos das flores: Rita Santana
Belos, estes poemas!!
ResponderExcluirConcordo com você, Poeta!Beijos!
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