quarta-feira, 4 de janeiro de 2012









 Dorso
Rita Santana


Amo a parte escura do teu dorso
Que me frequenta o leito nas noites nuas.
Não vens inteiro, pois que na verdade
Somente é tua língua quem me perpetua.

Apenas o teu dorso quente
Perambula em meus olhos-espelhos
Onde vermes saudades jazem em azulejos
Carcomidos de desejos frouxos.

Amo a parte escura das cartilagens
Por onde meus polegares passeiam
Em impaciências de relâmpagos mancos.

Estanco meus medos com tamancos vermelhos
Que deslizam sobre os pés do bailarino
Exposto na vitrine do teatro.




Um comentário:

  1. Rita,
    querida amiga!

    Estive meio fora do ar por uns tempos...do meus escritos e dos escritos dos que admiro e experimento com a avidez de leitora que ama as palavras...
    É sempre bom visitar este espaço seu de versos e prosas...estas palavras que você cria na mágica feminina dos seus dedos de escritora.
    Que o novo ciclo de 2012 lhe traga a realização dos sonhos possíveis e dos projetos idealizados com a força e a energia dos seus dias...
    Um abraço em Edgar.
    Beijos,
    Genny

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