ALEGRIA
Rita Santana
A minha alegria saiu da casca,
Rompeu aquela dor que me atravessa.
Saí à janela e vi-me tão devassa
Quanto uma ninfa de amor sem pressa.
Puro cristal no som que me arrebata,
Faço folias da vida que me resta.
Eu sou poeta, almejo uma fragata
Eu sou do mar, do triste faço festa.
Sou bacante de coração selvagem,
Uma mulher fadada a amar demais,
Meu pobre bumbo bate em vassalagem,
Se o amor que tenho em limo se desfaz.
Mas esqueçamos o amor, lume infernal:
Eu quero riso, dança, carnaval.
Foto: Edgard Navarro/Carnaval de Olinda/2008.
Poxa, um belo soneto, clássico, em decassílabos! Curiosa relação entre o rigor da forma e o dionisíaco conteúdo.
ResponderExcluirAbraço.
Rita,
ResponderExcluirÉ impossível não gostar de você e passando por aqui nos deliciamos com suas palavras e que esta
sua imensa ALEGRIA seja eterna.
Abraços
Alegria! Alegria!, poeta! Esqueçamos o amor e vamos sonhar ao ritmo do bumbo, eha!
ResponderExcluirbeijos
Que delícia ler você, Ritinha!
ResponderExcluirOutro dia ouvi alguém dizer que o amor enfraquece as pessoas. Pensei muito sobre isso e quase acreditei. Mas agora você me resgata da quase descrença derramndo alegria sobre um carnaval de amor.
Parabéns pelo poema.
bj