sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

                           



         

                                         PERDAS
                                                      Rita Santana 



Saber da ida certa das gentes, nossas.
Rezar credos em busca de adiamentos.
Diante da impotência pagã das mãos,
Esperar milagres, quando a Hora oferece-se em graça.

É o pai, a mãe, o irmão, a irmã.
Em cada substantivo o grau instalado de dor absoluta.
E a orfandade humana grita sem remédio,
Cai no chão de lembranças vermelhas,
Arrasta-se em colos negados,
E busca, nas alturas, o Pai ingrato.

O Éden, o limbo, as prestações da cova,
O itinerário dos vivos,
Os perdões necessários para o prosseguir, apesar de.
É a cota de cada um, até sempre.
Eu morro.





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