sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

 

 

                          CERCA DE GIRASSÓIS

                                                                                                                     Rita Santana





Que meu túmulo
Seja cercado de crisântemos amarelos,
Malmequeres,
Ou girassóis sorrindo.

Nada de branquezas!
Não fui pura, fui amarela.

Aticem fogo
No meu túmulo
Para incinerar
Toda a paixão que,
Em brasa,
Perfure em fogo
O suspiro da terra.

Quero meu corpo
Banhado só com perfumes.
Exagerados pingos,
Cobrindo os poros
Que beberão a última cachaça de poesia.

Quando eu morrer,
Não me matem!
Pelo amor de deus,
Não me matem!






Um comentário:

  1. eia, salve, poeta!

    ontem eu pensava nisso: me assombrou muito cair em mim; até há pouco eu via a morte como um evento muito além daqui, coisa de outro mundo.
    "quando eu morrer/não me matem, por favor!"
    é um libelo contra o apagamento pela morte, o esquecimento rápido...isso acontece, logo somos esquecidos...Rita! A gente precisa deixar um legado de poesia que não permita o esquecimento
    beijos e admiração

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