domingo, 20 de fevereiro de 2011










ORIDES FONTELA
 Rita Santana



Tenho um seu retrato
Impessoal da revista.
Em mira, inspeciona
A vastidão lógica dos humanos.

É uma mulher distante
Pelo que há de tirano
Em seus gestos.

Nos atos desarticulados
De suas palavras nuas,
De sua língua amadurecida
Na solidão de suas paredes.

Não devassem, pobres humanos!
As paredes desta mulher,
Por onde a poesia não passa.
Nela, em suas veias,
A poesia pisa e dança tango.
Nela, a poesia sapateia
E se embriaga.
Nela, a poesia trepa e atua.

Deixem em paz a casa, a fúria.
E, na loucura, publiquem seus livros.
Preciso sabê-la.










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