ESPELHO
Bertrand Duarte
Espelho mostrou-me hoje o tempo
Linhas no rosto revelando
Meus dias de solidão
De partidas inesquecíveis
De tardes mortas sublinhadas
O reflexo revelou-me
Anos de sentidas ausências
O que vi é nada
Quebro a rima e o desejo
Mas não tem lado B
Nem outro plano
Vejo no espelho
O tempo de sentido único
Esperei batidas na porta
Abri, nada vi
Hoje vi o tempo no espelho
Linhas descrevendo no rosto
As partidas para sempre
Os dias de solidão
As tardes mortas sublinhadas
As alegrias voláteis
O presente virando passado
Meu capítulo em epílogo
Foto: Bertrand Duarte
Nenhum comentário:
Postar um comentário