TÍTULO: KALUNGA - poemas de um mar sem fim | poems of an infinite sea"
DATA: DIA 28/11/2011 - HORA: 17H
LOCAL: BIBLIOTECA PÚBLICA DO ESTADO - BARRIS
“Kalunga, além de aglutinar versos de comprometimento com a causa negra, é dotado de uma santa poesia, nascente de águas e abebes e luta e ginga e dança... o verso de Lande Onawale tem o poder de transcender à metáfora e chegar rente aos ouvidos e consciência das novas gerações...
Kalunga é a concretização da urgência e necessidade da bela poesia de Lande Onawale, e causa em nós, poetas daquela geração dos primeiros Cadernos Negros, a sensação de certeza na continuidade revigorada, haja vista que:
Versos que cada um de nós gostaria de ter escrito.” (Jose Carlos Limeira, no prefácio)
EXCERTOS:
“à fúria do útero da terra
seguiu-se a fúria do núcleo
...
no ar, uma antípoda bomba,
que sem alarde faz tudo arder” (FISSURA NUCLEAR - FUKUSHIMA)
"...vem no vento, sibilando, cada sílaba...
eu, poeta, uma espécie de vodunsi
(olhos de Zambi)
boca de tudo
nada vejo
calo e me curvo de surran pra inspiração" (KWE ZULU)
"à sombra do tempo
o guerreiro cede o seu corpo
crivado de demandas
mas não há cansaço em seu olhar
sempre voltado para a amplidão
(um abebé insone
banhando de luz
nosso sonho e desespero)" (ABDIAS, ABDIAS)
"A memória do mar me atravessa...
está cravada em mim
como os ferros da grande árvore inesquecível,
são meus poros,
são as voltas da muzenza contornando os cemitérios
- e, é claro, são mistérios. (KALUNGA)
"aquele blues
tornava nossas peles mais azuis
retintas
...aquele blues soprou em nós
a eternidade de um instante alado
mergulhado num abismo de delícias" (BLACK BLUE)
Foto: Rita Santana (Lande e o seu filho Simbi)
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