sexta-feira, 8 de março de 2013





 
 
 
TATIANA PEQUENO




A urna avermelhada que trago
por dentro da costura deixa
aberta a poça que me sai do
baixo e o ventre é de onde
partem os naufrágios quando
mudas as viagens trazem o mar
e finados são os filhos as luas
todas as mulheres são cruzes
punhos vapor e sentinelas
acordam várias lâminas de
passagem sobre o chão e a
pedra – fêmeas criam estirpes
de fria couraça e também
preparam a dura e lenta sorte
dos que perdem o medo e a
parte sedada de si. nas urnas
não adoecem mais as aves
lançam elas o corpo trançado
das labaredas. queimam os
obituários e as lapelas tidas
como cimento para o amor
e para os nomes.
 

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