domingo, 10 de março de 2013

 
 
Gláucia Lemos
 
 


 
 
 
O SONETO DOS IRREDIMIDOS
 
 

Guardarás a palavra, e da palavra
o segredo q nunca te direi
saber. Como em nós próprios se guardava
o mal q me causaste e eu te causei.

Fui teus olhos, tuas mãos, e a própria clava
fui, na tua luta. Escravo foste, e rei
no meu destino. Me amaste o q restava
do pouco q eu quis ser, mas ser não sei.

Fica de nós, legado de dois loucos,
dos q se amaram como se amam poucos,
dos q tudo se deram, sem ter nada.

A nós, por pena, cabe uma alma exangue,
sentirás chagas no teu ombro em sangue,
da cruz q no meu ombro é carregada.    (publicado na Revista da ALB nº 50.)

2 comentários:

  1. Admirando com atenção
    suas postagens
    com as poetas.

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  2. Que bom, Herculano! Obrigada pela palavra e pelo olhar! As Barcaças estão abertas pra você. Beijos!

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