sexta-feira, 8 de março de 2013



 
CLARISSA MACEDO
 
 
 
 
 

 





 
Musa de tintas
Para Frida Kahlo


 
 


Tua tez: cheia de negros cabelos.
Mãos: com harpas de vivas flores.
Sombria costela de soluços e de dores,
teus sublimes e ondeados desesperos
são alimento e rasura pra minhas telas,
que de palavras, agruras e esperas,
por ti são mais duras, ganham forças.
 
Ó mulher que bebia instantes
se tuas longas querelas não as pôde curar,
porque é da vida esta tristeza só e constante,
foste cálida e rochosa poeta de cores –
das mais lindas. Mostraste ao mundo,
os mais fundos, e eternos temores.




Nenhum comentário:

Postar um comentário