terça-feira, 15 de novembro de 2011

SOBRE RAMON VANE E O HOMEM QUE NÃO DORMIA




 
  
SOBRE RAMON VANE E O HOMEM QUE NÃO DORMIA
 
           Quero manifestar minha alegria pela premiação de nosso filme no FestCine Goiânia. Obviamente, fiquei muito feliz com a premiação de Melhor Diretor, além de achar mais do que merecidas as premiações de Moacyr Gramacho (Melhor Direção de Arte) e a de Ramon Vane (Melhor Ator Coadjuvante). Sobre esta última, peço licença pra fazer um comentário pertinente. É o seguinte: desde o filme anterior, quando fomos contemplados em Brasília pela atuação de Dona Valderez, e agora com a premiação dupla de Ramon (melhor ator coadjuvante também no Festival de Brasília) devo a indicação de ambos, em primeiro lugar, à atriz e escritora Rita Santana, minha companheira, sem a qual provavelmente eu não conheceria nenhum dos dois talentosos intérpretes grapiúnas. Vou historiar suscintamente o que se passou no caso de Ramon: mesmo antes do início do processo de seleção dos atores, Ritinha me falou de Ramon Vane, descrevendo-o como perfeito para aquele papel e insistindo pra que eu fizesse um teste com ele. Mas eu coloquei algumas questões de ordem prática, de preferência não pretendia trazer ninguém de fora, pensando no ônus que isso traria para a produção; por outro lado, já tinha outra coisa em mente: pensava num ator negro (cheguei a cogitar em nomes como Ângelo Flávio e Godi, com os quais fiz uma primeira sondagem). Pensei também em Luiz Melodia e Kal dos Santos – que foram descartados pelas razões imperativas de orçamento, pois também implicariam em custos com deslocamentos, os quais tínhamos que evitar. Isso foi muito antes de ser deflagrada a pré-produção do filme. Quando já não havia mais tempo pra indecisão, acreditei que finalmente havia chegado à solução esperada ao convidar o excelente ator Jackson Costa. No primeiro momento ele mostrou-se bastante receptivo e chegamos a fazer uma leitura do papel destinado à respectiva personagem. Aconteceu que por aqueles dias Jackson havia recebido um convite da Rede Globo pra atuar numa novela do horário nobre. Chegou pra o ensaio seguinte me trazendo esse fato novo, com o qual eu tive que lidar com rapidez. Ao saber da desistência de Jackson, Rita foi categórica em dizer que eu tinha que conhecer Ramon, nome que Jackson endossou sem pestanejar, numa confluência de oportunos conselhos que eu não pude mais ignorar. Ainda bem que mandei chamar nosso louco nem tampouco pra o teste de praxe; e no arriar das malas (ele chegou na companhia de Jackson) eu já realizei que estava diante do Pafrente Brasil. E agora digo, sem medo de errar, que ninguém no mundo faria melhor esse papel. Há poucos dias, antes da premiação de Goiânia, encontrei com Jackson e Iolanda, e comentamos sobre a felicidade de termos contribuído nesse processo de escolha de Ramon pra o papel. Mas, justiça seja feita, o primeiro olhar e a primeira sugestão (muito insistente, aliás) partiu de Ritinha. Portanto, muito obrigado a Jackson e muito obrigado a Ritinha. E, mais do que a todos, muito obrigado a Ramon Vane, que colocou seu grande talento à disposição do filme, tornando-se no grande êxito de interpretação que estamos vendo. E que venham mais prêmios!


EDGARD NAVARRO

Um comentário:

  1. Parabéns a todos vocês: Edgard, Ramon, Moacyr, toda a equipe do filme, e, em especial, a indicação de minha querida amiga Ritinha, e do querido Jackson, eles tem boa intuição, além de domínio de técnica. Mais uma vez, parabéns pelos prêmios, pelas escolhas, pelo trabalho realizado. A Bahia ganha por méritos, nós todos ganhamos, viva Edgard Navarro, viva o HOMEM QUE NÃO DORMIA!
    Abraços e beijos a todos, Lita Passos

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