ADEUSES!
Rita Santana
Resta a raiva mútua
Do amor esmagado
Na rotina das intermitências.
Penitentes, iremos nos trilhos.
Embaraçados na fúria
De braços outros.
Enfurecidos diante das traças,
Roendo o retrato dos fracassos.
Lassos, sórdidos, infelizes,
Embrutecidos pela separação.
Talvez eu venha a plantar pedras
No meu quintal,
Regando-as com lágrimas,
Pois elas, certamente, virão.
Hei de chorar o morto amor,
Até a minha própria morte.
Talvez te tornes mais doce,
Mais leve.
E, à deriva, encontres uma amante
Que te infiltre de mentiras,
Untando teu parco corpo
Com azeite de oliva e aromas,
Onde o requinte impere.
Restará somente nossa imagem,
Impressa na crença
Da quimera finda.
Foto: Rita Santana
As pedras são fortes, minha irmã. Não se deixam abater por qualquer ventania. Você é uma pedra. Preciosíssima!!!
ResponderExcluirTe amo.
Ester
Rita, vim mais uma vez curtir teu poema. Gosto dele porque é bem físico, pagão, carne e osso. E rio e pedra e tempestade. Nada daquele poema de amor telúrico, cheio de luzes e metáforas e impossibilidades sinestésicas. Enfim, vou ficando cada vez mais teu fã. Abraço. Moisés.
ResponderExcluirEster, você que é uma ametista! Moisés, obrigada pelo olhar sempre perambulando por aqui, movendo o telhado das barcaças com palavras generososas.
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