terça-feira, 30 de agosto de 2011









Andorinha
 Rita Santana



As andorinhas existem!
Saíram das páginas do livro
E resolveram viver
Nas alvenarias
Do invisível.

Mas a tua ausência dentro de mim é puríssima dor.
Não há voo que dissipe minha esperança.
Nem vento, nem rosa, nem crença
Que suavize a melancolia parasita nos ossos.

Alheios desejos nos levaram
Para ilhas opostas:
Tu foste para Creta.
Eu, para o Crato.
E do anonimato dos dias
Tenho feito poesia secreta
E prosadura.




Coletânea Encontro com o Escritor/Secretaria de Cultura Fundação Pedro Calmon, pág. 210/  Poema do livro Alforrias (ainda inédito). 
Foto: Rita Santana


4 comentários:

  1. Roubei teu verso prá impressionar uma moça que gosta de andorinhas. Venho aqui pedir perdão. E a permissão atrasada. Beijo. Moisés.

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  2. Quanta honra, Moisés! Espero que eles não assustem a moça com a minha bizarrice. Obrigada pela homenagem e desejo sucesso nos seus propósitos. Se a moça gosta de andorinhas, deve ser muito especial.

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  3. Na verdade a moça veio e já foi, como uma andorinha. Embora belíssima na foto, era mais uma paixão ordinária de internet, rsrs... Mas esse teu poema cala fundo na gente. 'Alvenarias do invisível' e 'tua ausência dentro de mim é puríssima dor' são versos que invejo e que gostaria de ter cometido. Mas nem sou poeta. Receba o aplauso sincero de seu fã. Moisés.

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  4. Olá, Rita boa noite!

    Amei seu blog e já estou seguindo,siga também o meu..
    Desejo felicidades, sucesso e paz. Beijos
    Selia

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