terça-feira, 8 de março de 2011

Poema do Tratado das Veias







GRIMA
Rita Santana



Quando inquiro certezas, eternidades,
E de ti obtenho pigarros,
Tibiezas, pontas de cigarro:
Agrimo-me toda.
Busco lenha seca pra incinerar
Fotografias do imaginário,
Arquivos mortos,
Esquinas de medo,
Ofícios estagnados em velhos cartórios,
Todos os corolários do fim.

À grima do amor, entanto, fogo não se ateia,
Água não apaga,
E esquecer não vinga.
Vesgas palavras escapolem
Em tentativas vãs de vingança.
Eu assanhada, em sanhas,
Quero senhas pra novo amor,
Sopros de assanhaço.

Entro no oco do ovo
Sou espaço,
Passo.






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