segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

 

 

AMÁSIA

Rita Santana



Vem homem, ofereço-te fibras duras
Da doida serpente que me guarda.
De paz sei pouco, dinamito em gritos.
Trago silêncios vazios que adornam as mulheres.
Se quiseres, beijo teu falo e me ponho a falar
Das coisas que aprendi entre as pedras do rio.
Aproveita o calendário, a oferta das horas,
Diz-me adorar meus seios flácidos, minha embriaguez de puta.
Lambe com disputa asceta os meus meios, meus fundos.

Deixa banhar de olhos os pelos, a jactância têxtil,
Os arroubos de gado livre.
Faço-me de mulher boa, apascentada e morna.
Banho-te, filho advindo das trevas, na cisterna,
No poço fundo e frio dos meus mistérios.
Aqueço teus ossos com minhas carnes cativas
Ao que em ti é arrefecido.

Prometo, eu Amásia, amaciar o teu sono,
Enganar tua vaidade viril,
Avaliar sem critérios teu caráter de macho.
Depois, deixa a luz acesa e corre.
Ergo-me, esquecida de tantos deuses vingativos,
E abro a caixa de Pandora.






2 comentários:

  1. Morena que poema viril
    abrir a caixa de pandora é sedutor.

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  2. Rita querida, isso é poema pra macho se render
    e fêmea botar aprendizado, rs
    "de paz sei pouco, dinamito em gritos" é convite a múltiplo orgasmo, uau!
    Beijo, poeta porreta

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