EIVA
Rita Santana
Entre nós, fez-se fundura de poço seco,
Resguardo e sortilégio de solidão escapa.
Coisa finda veio vindo entre nós,
Amanheceu romaria de mágoas guardadas;
Anos e anos, sem remendos, sequer palavras,
Foi-se afundando, sem disputas, o abandono,
Corte de seiva, surras, bravuras lavradas nas farpas do medo,
Eco de consolo extinto, vinho tinto à mesa.
Era Eiva, manchando de preto o mundo até ali,
Era Eiva, sangrando o meu corpo dele,
Tingindo a casca do amor maduro,
Arruinando de aromas o Fim.
Foto: Henrique Andrade
Modelo: Rita Santana
Poema do livro Tratado das Veias
Passei para diminuir a lacuna.
ResponderExcluirAo passar, a lacuna já inexiste. O vazio é só aparente. Quem visita o vazio desfaz a lacuna. Grata pelo honroso ofício, minha querida.
ResponderExcluiramar sempre dói
ResponderExcluirporque viver dói
até ser feliz
dói
mas arruinar de aromas
é saboroso
vinho tinto seco
tim-tim, poeta!
PS: no dia 25/11 a gente foi lá na Quinta poética e cantei com minha filha, Lia. Tá no youtube. Me diz depois o que achou
bjm Ritíssima!
A sua poesia me comove, me atinge, me tinge de cintilâncias.
ResponderExcluirBLOG FUNDAMENTAL! Estarei sempre por aqui.
Beijos
muito grata, Rita
ResponderExcluirfico feliz em ser ouvida e compreendida pelos
meus pares, poetas do mundão.
estrelas na sua testa!
E vida Gonzagão!
Neuza e Antônio! Duas belas presenças em minha vida. Um precisa saber do blog do outro. Grata pela troca. Antônio estou indo encontrar Gilda, ela nos espera. beijos! Rita
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