A CIDADE
Rita Santana
Preciso que a cidade esteja viva!
Com toda a engrenagem homicida
Dos balcões de moças agradáveis,
Em vitrines intangíveis, de tortura.
Preciso da sua brutalidade,
Do vigor exausto dos seus servos,
Do seu poder de aniquilamento,
Porque pereço de solidão humana.
É feriado pátrio! Gritam os sindicalistas,
Surdos aos mudos gritos do meu desespero,
Da minha insanidade de abandono.
Aos diabos os feriados, os sindicatos!
Aos diabos os balconistas da consciência!
Quero a cidade cidade!
Porque morro em pânico pessoal,
De orfandade, esgotamento moral,
Infância revisitada em medos.
A cidade viva salvará o meu amor desgrenhado,
O meu ofício ocioso,
A minha menstruação que se anuncia,
Meus ovários revoltos,
Minha inanição para a existência,
Minha incoerência de mulher,
De fêmea efêmera.
A cidade grande é minha casca de ovo,
Meu porto, meu alazão!
Quero a normalidade da cidade!
Nada de desfiles cívicos!
Preciso pensar que tudo está igual.
(A cidade está no vídeo de Cacau Novaes)
Minha querida flor, falando de flores....e eu também tenho umas dessas em meu quintal ( eu mesma plantei) e nem sabia que tinha um nome tão "invocado"....só vc mesmo tão refinada mulher!!!!
ResponderExcluirParabéns por estar tbem "blogueira",passarei pra outras pessoas essa sua nova fase.
Bjs querida.
Eva Lima , atriz e produtora cultural
Antes que eu esqueça....posso memorizar esse seu poema pra sair falando por aí....( risos)
ResponderExcluirSe autorizar já vou memorizar.
Bjs
Memorize e depois me passe o nome do remédio pra memória! Eu vou enfartar quando você recitar esse texto! Obrigada! Estou feliz com as nossas barcaças! Te amo! Rita
ResponderExcluirOlá Rita! Parabéns pelos belos e fecundantes textos e, principalmente pela vida permanente desta Barcaça!
ResponderExcluirBjs
Salve, poeta porreta!
ResponderExcluireita que vc anima a gente!
Que a Barcaça vá em frente, assumindo sua rota.
Axé, Ritíssima!